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Salue diem natalis...

Sim, é verdade, já estamos no dia do meu aniversário. A tese está praticamente feita (faltam os acertos), a vida não corre mal, o emprego insiste em não vir. Enfim, fica a pergunta: é mesmo obrigatório por lei estar completamente feliz hoje? Não poderei estar triste, vá lá, deprimidinho... talvez, sei lá, a puxar para o nostálgico... não? Pronto, está bem. Por vocês eu faço um esforço.

Como festejariam os Gregos o dia de anos? Vou ter que procurar saber disso. Fica uma imagem para a sugestão.


Salue diem natalis (qui est hodie mihi).



o regresso de el-rei


é morto, é morto
- diziam todos –
mas não viera para ele ainda a morte;

regressará, regressará
- replicavam –
mas dos céus tardava a cair
esse nevoeiro anestesiante,
órfica sensação de êxtase;

e morria aos poucos
o ínclito príncipe,
dos homens o primeiro
desacreditado…

um dia veio em que disseram
é vivo, é vivo el-rei;
mas já os homens não combatiam
a cavalo; já o mundo conhecera
todo o bem e todo o mal
e fruto do hélio eram as névoas
que sacras se queriam;

ninguém acreditou então
na vinda, no regresso prometido
de el-rei D. Sebastião.


18 de Setembro de 2003


a pira

não virá hoje o sono
consolador, ao herói aqueu,
nem nos braços das musas
cairá o ser dolente
da vida, da ausência declarada;

renunciou o deus
ao seu pedido; não lhe agradaram
no altar as vítimas
pouco puras, ao certo;

e inútil o altar inteiro,
aos céus não subiram
os fumos da pira sacrílega
pois que sacrílegas as mãos
que a atearam;

e não soprou o vento do norte
nem qualquer dos zéfiros.

e agora é a tenda
fria, branca;
o céu sem estrelas
onde cansados fitam os olhos
a demora da rósea aurora;

dominado é o herói
pela Insónia, divindade nova;

assim eram as noites em claro
nos tempos em que na batalha
lado a lado combatiam
homens e olímpicos.



21 de Setembro de 2003


intersecções

de novo me afundei
nas confusas malhas do teu ser
rede de delicados fios de linho
que nem atropos ousou cortar.

advertera-me lóxias divino
pelos sacrifícios propiciado,
mas em ti mergulhei
a um só salto vertiginoso
sem retorno.

nem me valeram, esquecidos,
os sábios conselhos de Cassandra
de desgrenhada cabeleira,
no dia em que, como suplicante,
penetrei as muralhas de príamo
que não podiam ser transpostas.

avançavam os teus olhos
(sanguinolenta visão do desejo)
e ao toque de duas mãos
petrificou todo o ser.

amei-te ainda com as parcas forças
de um cadáver que arde na pira,
corpo disforme que não correste a resgatar
das labaredas de hefesto
falsa Evadne.

o céu inteiro caiu
em cerrada treva.

era a hora em que, nos campos,
orfeu deliciava as feras
com o seu lácteo canto.

para mim, ítaca era menos
que uma quimera, menos que a utopia.
condenado o meu corpo ardia
nas margens do letes que cérbero guarda.

penélope esquecera a teia,
irrecusáveis as oferendas dos pretendentes
saqueadores do palácio que é meu.

e eu que por ti abandonara ogígia
e a bela calipso de rosto de prata.

Algarve, 25 de Julho de 2004



Neste segundo post, lembrei-me de dar conta aos potenciais visitantes (muito potenciais ainda) do que o grupo Thíasos da FLUC tem andado a fazer nos últimos tempos. Sempre com a paixão pelo teatro clássico que nos é própria, e porque acreditamos que tem ainda muito para nos dizer o teatro composto há milhares de anos, apresentámos, já em 2005, a comédia "Mulheres no Parlamento" de Aristófanes, com encenação de Zé Luis Brandão.




A peça está prestes a saír de cena e, muito pese embora algumas vozes de desagrado e cansaço, a mime a muitos deixará por certo saudades.

O ano de 2006 foi marcante para mim e para o grupo. Juntamente com Carla Braz, encenei a tragédia "Suplicantes" de Eurípides, um drama onde sete mães choram os filhos mortos e tudo fazem para, na teia política complexa que não as inclui, recuperar os seus corpos para serem sepultados.


"As Suplicantes" voltarão aos palcos em Julho, estando prevista a sua manutenção ainda para o ano de 2008.
Em Abril passado estreou a mais recente produção do Thíasos, a complicada tragédia "Agamémnon" de Ésquilo. Sob a direcção de Lia Nunes, pela primeira vez o grupo ousou encenar Ésquilo. O resultado é uma peça intensa e pesada, onde sentimentos tão contraditórios como amor fraternal e vingança se confundem a toda a hora. Numa lógica de adaptação do tetaro grego, sem contudo se perderem os seus traços originais, "Agamémnon" põe em cena não uma, mas duas Clitemnestras, uma a rainha e a outra a mulher traida, sedenta de vingança, para além de uma Erínia ensanguentada que, perto do final, perscruta de morte todo o palácio.
Sim, somos clássicos, e QUÊ?


A todos quanto tinham já estranhado o facto de me não ter ainda rendido a este mundo dos blogues, aqui está o blogue ClassiQUÊ. Um sítio onde tentarei, com a frequência possível pelo trabalho, deixar umas dicas e novidades sobre o mundo dos Gregos, Romanos... e o meu próprio mundo. Visitem, leiam, comentem... São todos benvindos (os que vierem por bem).


QUE COMECE A VIAGEM!


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